Mais um pulo e Avante Pulguinha!

Depois de uma bela tarde a escalar rochas na Guia de Cascais onde, por amor à fotografia, arranjei uma ferida chata na sola do pé lembrei-me: "Ai pois é, amanhã tenho de acordar cedo para ir para o Avante! E ainda nem fiz as malas!" e lá vai o vosso despistado amigo preparar as malas para um festival que nem imaginaria que pudesse saber tão bem.
Manhã de dia 6 de setembro acordo, pé com ligadura preparada para ir para o Avante e não chatear a ferida, despeço-me dos meus cotas e lá vai o "puto" fazer-se aos comboios para Foros de Amora. Já na estação encontro-me com o grande Tata com quem falo para saber quem vai e como é que é o campismo por lá.
Estava calor mas entre esperas para autocarros e inscrições lá chegámos ao ainda meio vazio acampamento que nos estava reservado. Lá se montou a tenda do Tata mas eu começo a ver as coisas negras para meu lado e a torcer o nariz quando reparo que perdi a peça mais importante da tenda que tem 20 e tal anos... "Então e agora?" nisto o Tata amanha-se e dá numa de escuteiro, prendeu-me a tenda a cordas! E ficou bem segura, não caiu nem sequer vacilou! Obrigado Tata!
Demos umas voltas e fomos ao LIDL que era o sítio mais barato por lá para comprar comida para o primeiro dia em que o recinto estava ainda fechado. E ai ainda vi a minha vida ficar mais negra... estava quase sem dinheiro na conta! E agora? No Avante e só com um dinheirinho no bolso, mas mais uma vez o Tata assegurou-me que não morreria à fome e lá comprá-mos ração barata.
Já de volta às tendas chega mais gente, fazem-se apresentações e conversa-se do que há para conversar. Mas eu devo confessar que não estava animado, tinha começado mal mesmo muito.
Mas à noite lá se animou um bocado, fomos parar a um bar porreiro do qual fiquei com uma recordação e uma certa estima. Depois de mais conversas foi hora de voltar, eu não estava lá muito bem da barriga e fui-me deitar na minha tenda ao que digo "Porra esqueci-me do saco de cama..." o que vale é que nunca esteve frio o suficiente para eu e queixar e o Tata, uma terceira vez, deu-me uma almofadinha insufelável para eu não ficar num pleno desconforto.
Mal deitei a cabeça adormeci, sem mais uma palavra e nem um sonho (a má disposição tinha passado).
Dia 7 primeiro dia de Avante, neste dia ir-se-iam abrir as portas para o recinto. De manhã não se fez muito, andei entre grupos pois encontrei alguns amigos por lá e já à tarde chega a Vida Malvada que seria a última tenda que nos faltava no acampamento (vim a descobrir que a tenda dela é tão ou mais velha que a minha, eram praticamente idênticas).
Abrem-se as portas do Avante começasse tudo a mexer, sobe-se a rua bebericando uma garrafita de vinho que tivemos mesmo de beber antes de entrar no recinto.
Agora o que se passou quando se entrou pelas cancelas de segurança, isso meus caros amigos é completamente indescritível encontrou-se o Baileys, o Mustek, a Inês e a minha maninha Dé e a partir daí o Mundo desabou, todas as tardes quando esse grupo se juntou (mais tarde a ele se juntou também a nossa Lua e lá mesmo no final ainda mais gente se juntou :) ) falou-se, dançou-se, ouviu-se, saltou-se, brincou-se e muitos outros "ou-se"s se fizeram. E foi a partir daí que ganhei energias e aquilo que antes correra mal passou a ser somente uma sombra passada na qual não pensei muito mais.
Não consigo descrever cada dia pois não encontro palavras suficientes para o fazer mas só digo esta frase: Adorei cada segundo passado na vossa companhia e cada um desses segundos entre risos e sorrisos, brincadeiras e conversas sérias vou guardar com estima e carinho como se de um tesouro se tratasse!

Como o meu Tio Baco costuma dizer "Obrigado a todos os que me aturaram" e eu mando beijos e abraços a todos aqueles que todas essas noites me fizeram rir e sorrir e saber saborear o que a vida tem para dar.
De quem muito vos quer

Pulguinha

Ps: as fotos vêm amanhã porque ainda as vou escolher.